Durante seu pontificado, o Papa Francisco beatificou duas mulheres que marcaram a história da fé em Minas Gerais: Nhá Chica e Isabel Cristina, ambas naturais do Campo das Vertentes.
A beatificação é uma etapa que antecede a canonização e ocorre quando o Vaticano reconhece um milagre ou, em casos de martírio, a entrega da vida em nome da fé. O Papa Francisco, falecido na madrugada desta segunda-feira (21/4), aos 88 anos, esteve à frente da Igreja Católica por 12 anos e foi responsável por importantes avanços na valorização da fé popular brasileira.
NHÁ CHICA: “A SANTA DO POVO”
A primeira beatificada por Francisco foi Nhá Chica, em 4 de maio de 2013. Embora seu antecessor, Bento XVI, tenha autorizado o processo, foi sob o novo pontificado que a cerimônia ocorreu.
Nascida em 1808, em São João del-Rei, Francisca de Paula de Jesus era filha de uma mulher escravizada. Ficou órfã ainda jovem e se mudou para Baependi, no Sul de Minas, onde dedicou a vida à oração e à caridade. Sua fama de santidade cresceu entre os mais pobres, que passaram a chamá-la de “a santa do povo”.
O milagre reconhecido para a beatificação foi a cura inexplicável de um problema cardíaco grave.
ISABEL CRISTINA: MÁRTIR DA PUREZA E DA FÉ
Em 10 de dezembro de 2022, foi a vez de Isabel Cristina Mrad receber o título de beata, reconhecida como mártir. Nascida em Barbacena, Isabel foi assassinada brutalmente aos 20 anos, em 1982, após resistir a uma tentativa de estupro.
Sua morte, com 15 facadas, foi motivada pela defesa da castidade e, portanto, reconhecida como martírio. O criminoso foi condenado, fugiu da prisão anos depois e morreu em 2024.