Foto: Reprodução/ Câmara Municipal de Barroso (TV Câmara)
Na reunião da Câmara Municipal de segunda-feira (1º), durante a Palavra do Cidadão, o professor José Emanuel apresentou um projeto de lei de iniciativa popular que pede a instalação de uma universidade pública, presencial e gratuita em Barroso. A proposta, construída junto a cidadãos da cidade, busca garantir que os jovens tenham acesso ao ensino superior sem precisar sair do município.
O professor afirmou que Barroso falha em um ponto fundamental ao não oferecer essa oportunidade. Segundo ele, a juventude é obrigada a viajar diariamente ou até se mudar para outras cidades em busca de estudo e desenvolvimento. Segundo ele, de 2021 a 2025 foram destinados cerca de R$ 4,8 milhões ao transporte de estudantes, valor dividido entre repasses públicos e contribuições das próprias famílias. O montante, de quase R$ 5 milhões, poderia, na visão do entrevistado, ter sido aplicado em laboratórios, bibliotecas, bolsas de estudo e projetos de pesquisa dentro de Barroso.
José Emanuel também citou dados do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), de 2024, que mostram que mais de 30% dos eleitores do município não concluíram o ensino fundamental. Ao somar os que não completaram o ensino médio, os que sabem apenas ler e escrever e os que não são alfabetizados, o índice ultrapassa 70% do eleitorado. Para o professor, isso revela uma realidade alarmante e reforça a exclusão educacional.
Ele defendeu que a criação da universidade traria benefícios diretos à saúde, com mais profissionais nos postos e hospital, além de melhorias na educação, com professores mais qualificados, e impactos positivos na economia, como comércio fortalecido, imóveis valorizados, indústrias inovando e novos empregos. Também destacou que a cidade poderia se tornar polo de cultura e pesquisa, atraindo investimentos e mantendo as famílias unidas.
O professor lembrou ainda que Barroso tem potencial científico e ambiental para sustentar uma instituição de ensino superior, citando a abundância de água, minérios como calcário, argila e mica, além de espécies raras já registradas por pesquisadores, como libélulas e vespas exclusivas do município. “O que ainda falta é uma universidade presencial e gratuita que transforme essa riqueza natural em conhecimento, preservação e desenvolvimento, promovendo pesquisa científica para o benefício do povo”, afirmou.
Para José Emanuel, o projeto representa um grito da população. “Não aceitamos mais que Barroso seja apenas ponto de passagem de ônibus escolares. Queremos que seja um foco de conhecimento, de cultura e de futuro. Não estamos pedindo caridade, estamos exigindo justiça”, disse, ao convocar os cidadãos a assinarem a proposta.
As listas de apoio estão disponíveis para assinatura no Café ao lado da Princesinha e do Point do Açaí, e na Loja do Dragão, ao lado da Domiciano Bike.