Incidentes com cães de rua atacando pessoas trazem preocupação à população barrosense

Um novo incidente envolvendo cães atacando pessoas foi reportado por uma cidadã barrosense em suas redes sociais. Segundo sua publicação, a filha dela foi atacada por um bando de cachorros no Ceclans. Embora o ataque não tenha causado ferimentos graves, a situação gerou susto e a criança sofreu algumas escoriações.

Ela expressou sua indignação e cobrou uma resposta das autoridades locais: “Eu quero saber das autoridades da cidade quem vai dar um jeito nessa cachorrada solta por aí.” A moradora ressaltou que a situação não é nova, afirmando: “Por que se a gente chuta ou joga uma pedra em um cachorro, vem um monte defender. Agora, quando atacam as pessoas, ninguém faz nada. A cidade está cheia de praças e festas uma atrás da outra, mas para olhar para essa questão, que já é velha, ninguém faz nada, né.”

Outro comentário relatou: “Não temos paz para andar na rua. Outro dia, um cachorro foi para cima de um senhor na minha rua no Bedeschi. O senhor se assustou e caiu. Graças a Deus, nada sério, mas imagina se algo grave acontece? Eu mesmo já caí de moto e quebrei a clavícula. Pergunta se quem cuida dos animais ali perguntou se eu precisava de algo? Ainda fingiram não saber de quem era.”

Uma moradora enfatizou a necessidade de uma abordagem responsável: “E o pior é que ninguém cuida, e aqueles que tentam ajudar ainda levam a culpa, sendo que só estão tentando ajudar. Os cães são irracionais, e é o poder público que precisa agir, mas não eliminando, e sim ajudando.”

A Rádio Liberdade FM procurou a vítima, que contou ter sido a primeira vez que passou por essa situação e disse ter ficado nervosa ao ver tantos cachorros indo em direção à filha, que gritava: “A única coisa que consegui fazer foi jogar uma garrafinha de água que estava nas minhas mãos. Eram mais ou menos uns 8 a 10 cachorros. Aí eles derrubaram ela, corri lá, a peguei e eles saíram correndo. Hoje, estamos apenas com alguns esfolados e dores no corpo pelo tombo.”

De acordo com a Lei Municipal Nº 3.332, de 11 de abril de 2024, o Art. 3º, inciso VIII, trata do “animal cujo forte temperamento associado à falta de contenção, bons tratos e adestramento possa vir a colocar em risco a integridade das pessoas.” Enquanto isso, o Art. 4º da lei enfatiza que a administração não pode exterminar animais saudáveis ou doentes tratáveis, exceto em casos específicos, o que pode se relacionar à gestão de animais agressivos. O Art. 6º, em seu § 1º, diz que “a proteção, a prevenção e a punição de maus-tratos e de abandono de cães e gatos” é relevante para contextos em que cães em situação de rua podem se tornar agressivos devido ao abandono.

Portanto, a lei enfatiza a necessidade de controle populacional e manejo responsável, que podem incluir ações como a esterilização e a adoção, buscando reduzir a incidência de animais em situação de rua.

Como de praxe, a emissora também contatou o Executivo para levar a preocupação da cidadã, questionando sobre as possíveis atitudes que serão tomadas a fim de garantir a segurança da comunidade, bem como sobre a criação do Conselho Municipal de Proteção dos Animais, previsto no Art. 19 da Lei Nº 3.332, solicitando informações sobre a composição do conselho, seu funcionamento e seu papel neste caso. No entanto, não houve resposta até o fechamento desta matéria.

A Associação Protetora dos Animais de Barroso também foi procurada pela emissora, onde comentou sobre o episódio e o que pode ser feito com os animais em situações como essa, entre outros temas ligados a ataques de cães. Confira abaixo:

“A Associação Protetora dos Animais de Barroso afirma que, desde o sábado, dia 26/10, tem conhecimento sobre a cadela preta de porte médio a grande que se encontra no cio pelas ruas da cidade, mas que não sabia, até ser questionada pela emissora, do ataque a esta criança.

Desde já, externamos nossos desejos de que tanto a criança quanto a mãe estejam bem!

E fazemos um alerta para a população: em casos de cadelas no cio, o fundamental é manter-se afastado, pois os machos se tornam extremamente territorialistas e podem, sim, avançar devido ao instinto de querer cruzar.

Nossa cidade, assim como tantas outras da região, não possui canil ou abrigo. Então, após castrada, ela será disponibilizada para adoção, mas, caso não haja nenhum interessado, infelizmente será devolvida às ruas, como os demais que já castramos pela cidade.

Nos casos de ataques em que os cães possuem tutores, o responsável pelo ataque é o tutor, conforme diz o artigo 936 do Código Civil, que determina que o dono ou detentor de um animal deve ressarcir o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior. Sendo assim, nesses casos, a associação pode atuar auxiliando a vítima a procurar seus direitos legais (na orientação do registro do B.O.) e também na verificação de casos de abandono, negligência ou maus-tratos que possam estar sendo cometidos pelo tutor do animal.

Seria interessante que esses questionamentos também fossem direcionados ao poder público municipal, para que eles possam expressar o que vem sendo feito, especialmente em relação aos ataques de cães (mesmo os já castrados) e se há algum tipo de planejamento para o resgate dos inúmeros cães que vivem em situação de abandono nas nossas ruas. Também gostaríamos de saber como anda a execução da Lei Municipal 2.541, de 29 de abril de 2014, principalmente no que se refere ao Artigo 5º. Se possível, gostaríamos de ser informados sobre quais são os órgãos competentes que recebem as denúncias e as apuram.”, finalizou a diretoria da Associação.

Imagem ilustrativa

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