Na noite da última segunda-feira (27), durante a 82ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Barroso, o vereador Márcio Enfermeiro e a Administradora do Instituto Nossa Senhora do Carmo, Ana Campos, levaram ao plenário a atual situação dos serviços de ortopedia e pediatria do Hospital de Barroso, que corre o risco de serem suspensos a partir de 2022.
A situação se dá devido às mudanças por parte do Estado no Valora Minas, que se trata de uma Política de Atenção Hospitalar que busca o financiamento dos serviços de urgência e emergência para as unidades de saúde. Neste caso, o Estado considerou que estes serviços não são mais necessários para o hospital de Barroso.
Segundo a administradora, Ana Campos, durante seu pronunciamento na reunião na Câmara Municipal, antes o INSC era classificado no nível 3 e recebia o valor de R$ 100 mil para manter o atendimento na portaria, que no caso são os ortopedistas e pediatras. Porém, com a mudança o hospital passou para o nível 4 e com isso o valor sofreu uma redução para R$ 40 mil.
“Tem os outros valores que seriam o incentivo ao parto (R$30 mil) e os oito leitos de longa permanência que são pacientes advindos de CTIs e tratamentos mais longos. No final das contas, o valor será o mesmo, de R$ 102 mil, porém a distribuição do recurso é diferente. O apoio ao parto é mais para gestantes, anestesista, bloco cirúrgico e a parte de longa permanência precisaremos contratar mais médicos clínicos para atender a essas demandas e também a equipe multiprofissional que inclui terepeuta ocupacional, psicólogo, fonaudiólogo, que o hospital ainda não possui” disse Ana.
Sem este recurso e os profissionais necessários, o atendimento do hospital ficaria prejudicado já que o atendimento às crianças tem uma demanda muito grande e o INSC não tem recursos próprios para custear este serviço que fica em torno de R$ 50 mil a R$ 60 mil por mês e o serviço de ortopedia chega a R$ 30 mil mensais. Além disso, o que preocupa o INSC é que o orçamento para 2022 que já foi votado e não há nada para ajudar o hospital a financiar esses serviços.
Ainda segundo Ana Campos, ela e a Doutora Luciana Nogueira estiveram com o Prefeito Anderson Geraldo em uma reunião onde essas questões foram pontuadas. No encontro, o chefe do Executivo sugeriu que o Hospital encaminhasse uma proposta dos médicos para ver o que poderia ser feito para que o município auxiliasse na manutenção dos profissionais.
De acordo com o vereador, Márcio Enfermeiro, os médicos do INSC ressaltaram que caso o hospital não ofereça mais o serviço de ortopedia e pediatria, muitos destes profissionais irão sair da instituição e com isso haverá uma falta de plantonistas. Além disso, sem o serviço dos ortopedistas, por exemplo, o hospital teria dificuldades em encaminhar os pacientes com alguma fratura para serem atendidos em uma unidade de referência.
Assim sendo, o vereador Márcio sugeriu que o hospital, a Prefeitura e a Comissão de Saúde entrassem em um acordo para resolver este problema para ser julgado agora no Plano Plurianual (PPA) do município, pois se não for definido agora, a situação só será revista daqui a quatro anos.
O vereador entrou com um pedido de vistas para tentar resolver o problema, onde a Prefeitura não tenha que gastar recursos de lugares desnecessários e que o Hospital não precise ficar durante quatro anos pedindo aumento de verbas para o município.
De acordo com o vereador, uma reunião extraordinária será realizada nesta quarta-feira, às 14h, para que a situação seja debatida mais uma vez. Caso o requerimento seja aprovado, mais duas votações serão realizadas na próxima quinta-feira (30) para que o pedido seja aceito.
A reportagem da Rádio Liberdade FM entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal para um parecer sobre o assunto.
Em resposta o Executivo em nota: “O Governo Municipal de Barroso já abriu conversas com a direção do Hospital Municipal Prefeito Macedo Couto e a mantenedora, o Instituto Nossa Senhora do Carmo, sobre a realidade financeira do município para tratar do assunto de interesse coletivo sobre a pediatria e ortopedia.
O executivo sempre se mostrou aberto a dialogar com qualquer instituição que por ventura precise de apoio de qualquer natureza se comprometendo a ajudar da melhor maneira as entidades.
Sob as perspectivas econômicas e dentro dos limites legais do município, prefeito e vice jamais irão se furtar de prestar todo o apoio ao hospital, prova disto é que somente no ano de 2021 foram repassados, direta e indiretamente, mais de R$ 6 milhões de reais.”