Uma estimativa mostra que a cada cinquenta e nove segundos, um trabalhador sofre um acidente de trabalho e, a cada três horas e trinta oito minutos, um trabalhador perde a vida em virtude do trabalho.
Alguns ofícios são de extrema periculosidade, pois envolvem questões físicas, químicas, biológicas, ergonômicas, entre outras atividades que ofereçam riscos à saúde ou a vida do colaborador.
Muitos destes prestadores são resguardados por direitos trabalhistas, fazendo parte de uma organização ou como autônomo contribuinte da Previdência Social. Contudo, autônomo ou não, há trabalhadores informais que são desamparados destes direitos legais, mas que mesmo assim enfrentam os riscos de um trabalho árduo e instável.
Apesar de oferecerem um serviço profissional, empresas e também trabalhadores demonstram amadorismo em procedimentos técnicos como montagem de estruturas inapropriadas, além da escassez de ferramentas, renúncia de equipamentos de proteção (EPI’s) e principalmente, falta de treinamento e acompanhamento de um profissional capaz de monitorar a segurança local. Estas condutas podem levar os trabalhadores a se exporem aos perigos e ainda colocar àqueles a sua volta em condições semelhantes.
A Técnica de Segurança do Trabalho, Neide Aparecida, que atua em São João del Rei e região, nos conta que a construção civil é uma das áreas de maior ocorrência de acidentes, contribuindo para afastamentos e óbitos de trabalhadores. Práticas como mão de obra pouco qualificada, falta de treinamento, equipamento insuficiente e inadequado, são fatores que colaboram com os acidentes. Para minimizar este cenário, o ideal segundo Neide é a realização treinamentos para cada função, exames periódicos, fiscalização e contribuição de todos os envolvidos nos cuidados de si e do outro.
No Brasil, existem as Normas Regulamentadoras (NRs) que regulamentam e orientam sobre procedimentos obrigatórios frente à segurança e saúde do trabalhador. O descumprimento delas por empregadores e empregados, podem sucumbir sanções administrativas, trabalhistas, previdenciárias, civis, tributárias e criminais.
Portanto, para evitar eventuais prejuízos, é de extrema importância a incorporação de práticas de prevenção e redução de riscos em ambientes laborais, pois ao redobrar a atenção para saúde e segurança no trabalho, companhias, trabalhadores legais ou informais promovem a integridade e a vida, gerando produtividade.
TRABALHADOR MORREU ELETROCUTADO NO MÊS PASSADO
Em fevereiro deste ano, um trabalhador de 35 anos foi eletrocutado durante o trabalho que realizava em Barroso. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o homem recebeu por cerca de 30 minutos a descarga elétrica, após montagem irregular de um andaime de madeira em um prédio residencial em construção. Infelizmente, devido a descarga elétrica de cerca de 13.800 volts, o trabalhador sofreu uma parada cardiorrespiratória, vindo a óbito.