Delegado Rafael Gomes é preso em operação contra quadrilha suspeita de movimentar quase R$ 1 bilhão em MG

Rafael Gomes, que já atuou na Delegacia Especializada de Combate ao Narcotráfico em Juiz de Fora, foi um dos presos na Operação “Transformers”. A informação foi confirmada pela TV Integração na noite desta quinta-feira (20). Rafael foi candidato a Deputado Estadual pelo Avante, inclusive, e teve votos em Barroso com 442 votos (3,96%).

O delegado tem 37 anos e foi detido em casa, por volta das 6h30, em um condomínio de luxo da cidade. O advogado dele, Luiz Eduardo Lima, conversou com a reportagem, mas disse não ter tido acesso aos autos e preferiu não se manifestar.

Outros seis investigadores da Polícia Civil também foram alvo da operação. Os nomes deles ainda não foram informados oficialmente. Todos eles faziam parte da mesma equipe em Juiz de Fora.

Ao todo, conforme a promotoria, foram 250 mandados, com 26 prisões, 61 mandados de busca e apreensão, 148 mandados de sequestro de veículos, 10 mandados de sequestro e indisponibilidade de imóveis, apreensão e indisponibilidade financeira de R$ 55 milhões.

De acordo com a 1ª Vara Criminal, audiências de custódia foram iniciadas nesta quinta-feira e vão continuar na sexta, incluindo a de Rafael Gomes.

Movimentação de R$ 1 bilhão

As investigações, segundo a promotoria, teriam começado há dois anos, levantando informações sobre adulteração de veículos que, após troca de peças, eram usados no tráfico de drogas. Da alteração e remontagem dos carros, inclusive, teria surgido a referência para a operação.

A organização criminosa seria estruturada em diversos núcleos, entre os quais estão os setores responsáveis pela:

  • logística, que envolve o fornecimento de veículos para o transporte e pagamentos de cargas de drogas;
  • setor financeiro, que cuida da parte gerencial da atividade econômica, notadamente do tráfico de drogas e da lavagem de dinheiro;
  • setor de corrupção, responsável por proteção dos negócios ilícitos com informações privilegiadas de atividades policiais e demais condutas para evitar a responsabilização de integrantes da organização;
  • núcleo de liderança, que coordena e controla as atividades.

 

Shows

Ainda segundo as investigações, donos de comércios e empresários do meio artístico fariam parte do esquema, sendo responsáveis pela lavagem de dinheiro. Alguns shows em Juiz de Fora, inclusive, estariam relacionados à prática criminosa.

Conforme o órgão, as provas demonstram a relação simbiótica que existe entre a “organização criminosa desarticulada com outras associações para a prática permanente de diversas atividades ilícitas, como comércio ilegal de peças e de veículos provenientes de crimes, tráficos de drogas locais, corrupção de agentes públicos e lavagem de dinheiro”.

Informações: G1

Foto: Polícia Civil/Divulgação

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