Criança de 11 anos é picada por escorpião em Barroso; Vigilância orienta sobre prevenção

Na última quinta-feira, 3 de abril, um caso de picada de escorpião foi registrado no centro de Barroso, mais especificamente na Rua José Pio de Souza. A vítima, um menino de 11 anos, foi picada após o escorpião ser encontrado dentro de seu calçado.

A equipe de reportagem entrou em contato com a mãe da criança, que informou que ele se encontra bem. Segundo ela, o escorpião estava dentro da chuteira do garoto, que se preparava para ir ao treino. Como de costume, ele olhou dentro do calçado, mas, desta vez, mesmo sacudindo, o escorpião não saiu.

“Quando ele sentiu a picada, tirou a mesma. Quando cheguei até ele pra socorrê-lo, o mesmo estava no cantinho da chuteira.”, afirmou a mãe, que logo pegou o animal e, junto com o filho, correu para o hospital.

Apesar de ser um filhote, com menos de cinco centímetros, o escorpião foi suficiente para causar dor intensa. E esse não foi o único: a mulher afirmou que mais de vinte escorpiões vivos foram capturados na residência. “E eu tenho um vidro com uns 20 que peguei dentro de casa, andando pela cozinha, varanda, nos quartos… tá uma coisa de doido!”

“A gente encontra eles em todo lugar — em cima dos passeios, na bucha do banho, na pia… tá uma praga! Até em cima do meu cobertor eu já encontrei.”, disse a mãe da criança, ressaltando que mora longe do cemitério e, ainda assim, convive com a infestação.

O fato não foi isolado. Outros dois acidentes com animais peçonhentos também foram registrados nos últimos dias.

Na terça-feira (1°), um homem de 37 anos foi picado por uma aranha-armadeira que estava dentro de seu tênis. Segundo relato da vítima, ele sacudiu o calçado para verificar se havia algo dentro, mas, devido ao tamanho da aranha, ela não caiu. Ao calçá-lo, sentiu a picada e rapidamente matou o animal, levando-o ao hospital. A vítima recebeu atendimento médico e passa bem.

Outra ocorrência envolveu um senhor que foi picado por um escorpião. Ele foi transferido para uma unidade de saúde em São João del-Rei, onde permaneceu em observação. Segundo informações apuradas, ele está bem.

A recorrência dos casos e os tipos de incidentes geraram preocupação e dúvidas. Para esclarecer a situação, a emissora procurou o biólogo e professor barrosense Dr. Marcos Magalhães, que explicou: “Estamos em um período de calor e chuva, o que aumenta a atividade biológica desses organismos. Além disso, a presença de bananeiras, entulho e lotes baldios eleva a chance desses bichos aparecerem nas casas, favorecendo os acidentes.”

A reportagem entrou em contato com a Vigilância Sanitária do município para obter informações sobre as medidas de controle adotadas, tanto pontuais quanto preventivas, além de cronogramas de conscientização voltados para residências e comércios.

A Vigilância Sanitária de Barroso segue as orientações do Estado de Minas Gerais, “especialmente no controle de escorpiões, com foco educativo e preventivo, já que a erradicação total desses animais não é possível”.

Entre as principais ações estão o controle ambiental e populacional, com “orientações para eliminação de criadouros (entulhos, lixo, restos de construção), limpeza de quintais e hortas, vedação de ralos, notificação de imóveis em condições inadequadas e, quando necessário, encaminhamentos judiciais”.

Além disso, a equipe realiza “busca ativa e monitoramento em locais com notificações de acidentes ou aumento de aparecimentos”, e a captura de escorpiões é feita sempre que possível.

Sobre o uso de inseticidas, a Vigilância alerta que “não é recomendado, pois os escorpiões se escondem em locais de difícil alcance e podem resistir por longos períodos. O uso inadequado pode causar resistência ou deslocamento em massa dos animais”. Em Barroso, a espécie predominante é o *Tityus serrulatus*, o escorpião-amarelo, comum em áreas urbanas e redes de esgoto.

A população deve adotar medidas preventivas, como manter quintais e terrenos limpos, acondicionar corretamente o lixo, eliminar fontes de alimento, evitar acúmulo de entulhos e obras mal-acabadas, preservar inimigos naturais dos escorpiões e vedar possíveis pontos de entrada, além de comunicar à Vigilância casos de aparecimento ou acidentes.

“Em caso de acidente, a vítima deve procurar atendimento médico e será devidamente notificada para ação da equipe”, concluiu a pasta.

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